Grupo de Estudos Sobre Raça e Ações Afirmativas

Grupo de Estudos Sobre Raça e Ações Afirmativas

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as


Realizado pela Associação Brasileira de Pesquisadores(as) negros(as), o VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores(as) Negros(as) (COPENE 2012) será sediado na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) com organização local do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) na cidade de Florianópolis - SC e acontecerá entre os dias 16 e 20 de julho de 2012. De acordo com as demandas atuais e em reunião da Diretoria gestão 2010-2012 da ABPN, o tema do evento será “Os Desafios da Luta Antirracista no século XXI” tendo como homenageados os professores Abdias do Nascimento, Vicente de Souza e Lélia Gonzalez (in memorian) e Kabengele Munanga.

O COPENE tem como principal intenção apresentar e discutir os processos de produção e difusão de conhecimentos intrinsecamente ligados às lutas históricas empreendidas pelas populações negras nas Diásporas Africanas, emanadas nos espaços de religiosidades, nos quilombos, nos movimentos negros organizados, na imprensa, nas artes e na literatura, nas escolas e universidades, nas organizações não-governamentais, nas empresas e nas diversas esferas estatais, que resistem, reivindicam e propõem alternativas políticas e sociais que atendam às necessidades das populações negras, visando a constituição material dos direitos.

Cronograma de trabalho do evento:
01/02/2012 - prazo limite para envio de propostas de simpósios temáticos.
15/02/2012 - divulgação dos resultados.
16/02 a 15/03/2012 - inscrições nos simpósios temáticos.
01/04/2012 – envio de carta aceite de participação nos simpósios.
15/03 a 15/04/2012 - inscrições para ouvintes.
16 a 20/07/2012 – COPENE.

Esperamos contar com a participação de tod@s. Em breve lançaremos o site específico do Congresso e os boletins informativos que permitirão a tod@s conectar-se ao VII COPENE constantemente, atualizando-se nas informações e atividades.

Diretoria da ABPN/ NEAB-UDESC

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Hoje é o Dia Nacional do Samba!!!!

Celebrado em 2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba foi instituído há 48 anos para homenagear uma das manifestações culturais mais populares do Brasil. Com raiz africana, apesar de existir especialmente em alguns estados do país, no Rio de Janeiro, representa mais que um gênero musical, é a configuração de toda a cultura dentro de uma comunidade que vem sofrendo as consequências de sua industrialização.
Nei Lopes, referência no Samba Carioca, explica que existe uma distorção que precisa ser tratada com seriedade sobre o que vem a ser o verdadeiro samba. “Falta distinguir melhor o que é o samba e fazer a diferença entre o tradicional e o industrial de mercado”, afirma preocupado com os rumos a que estão sendo expostos os valores culturais por trás do samba.
Segundo ele, o samba tradicional configura uma identidade comunitária, uma transmissão de valores. Até a década de 1960, o chamado “samba de morro”, hoje conhecido como “de raiz”, ainda configurava uma cultura em seu sentido mais amplo. “Comportava um conjunto de traços distintivos da tradição. O sambista tinha vestuário, fala, gestual, comportamento e hábitos bem característicos”, explica Lopes, reforçando que a tradição envolvia criação e performance, inclusive coreográfica.
Porém, o samba foi se enfraquecendo na medida em que seus núcleos e redutos se modificaram, com o distanciamento das escolas de suas comunidades, com o primado do espetáculo em detrimento do espírito associativo. Enquanto produto industrial difundido pelos meios de comunicação de massa não tem revelado seu verdadeiro significado, rendendo o gênero às conveniências do capitalismo. “Infelizmente, no Rio o samba passou a ser tratado apenas como uma música carnavalesca, de difusão restrita ao mês de fevereiro e à Marquês de Sapucaí, ou uma música de botequim, ou ainda, uma forma diluída, vazia, cada vez mais próxima do pior pop internacional”, diz.
Nei Lopes acredita que não apenas os valores, mas também a imagem do samba deve ser melhor apresentada dentro e fora do país. Para exemplificar, ele cita que em eventos recentes a música brasileira foi representada por artistas de segmentos que não fazem parte da identidade nacional. “Além disso, o samba mostrado lá fora é o do carnaval. Isso causa essa distorção na percepção do que ele realmente significa”, conclui.
Tombamento – O Samba Carioca foi proclamado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no dia 30 de novembro de 2007. Surgido de influências do samba de roda do Recôncavo Baiano, na segunda metade do século XIX, tem características próprias: é acompanhada por pequenas frases melódicas e tem refrões de criação anônima.
No Brasil as matrizes do samba tombadas pelo Iphan são o “partido alto”, “samba de terreiro” e o “samba de enredo” do Rio de Janeiro e o “samba de roda do Recôncavo Baiano”. Fazem parte do Livro de Registro das Formas de Expressão, que compreende como patrimônio bens de natureza material e imaterial da identidade cultural brasileira.
Comemorações pelo país – Dona Ivone Lara, considerada a dama do samba carioca, foi homenageada em 26 de novembro durante o encerramento do seminário O papel da cultura negra na superação da miséria, promovido pela Fundação Cultural Palmares no Rio de Janeiro. No palco, foi recepcionada por Eloi Ferreira de Araujo, presidente da instituição, que lhe agradeceu por sua importante contribuição em favor da cultura negra e a seu lado cantou a música Sorriso Negro que configura a beleza da raça e cultura negra.

Fonte: site da Fundação Cultural Palmares.